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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Quando eu descobri a vida, ainda não tinha consciência. Mas chorei.
Lágrimas antecipadas. Chorei por mim, pelo céu azul lá fora que abrigava o sol, pela terra sob mim que haveria (haverá) de me envolver.
Não sei como me percebi. Sentia, mas eu simplesmente era alguma coisa que não sabia definir. Quando passei a ter lembranças é que fui me vendo. Ainda hoje não sei me definir.
Em nascimento as lágrimas são nossas, mas em morte são as dos outros. Pode ser nossa também, quando se tem consciência da morte antes de ser-la.
Nasce-se inconsciente e morre-se da mesma maneira.
Luz, escuridão. Ou escuridão, Luz?
A vida é sentimento. Tudo se sente. Quando morremos deixamos de sentir. Ora, a vida é sentimento! Talvez não haja sentido maior do que viver. O sentido que buscam da vida é ela mesma.
Não pode ser. O que sou pra falar dela? Somos ela, mas não podemos dizê-la.
Nossa incapacidade de ver (de ir, de ser) além nos dá o fim.

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