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sábado, 18 de junho de 2011

Os minutos que vão apodrecendo e caindo no chão
farão falta amanhã, ou depois de amanhã, ou daqui a dez anos
quando eu encontrar alguém que me dê amor, que me faça gozar
e então caminharei eufórico e incrédulo por sobre os minutos apodrecidos
meus olhos ficarão loucos ao ver toda aquela podridão que me afeta
e ficarão ainda mais loucos quando verem a sua imagem nua de madrugada
fumando, ou me olhando em silêncio com um sorriso sem dente, ou dormindo.

Em outras noites, enquanto o sonho te iludirá
eu chorarei até que também seja iludido
porque terei consciência de que nossos minutos não são eternos
e que eles apodrecem e caem a toda hora
enquanto dormimos, trabalhamos, ou estamos distantes por alguma razão.

Um dia não poderemos mais andar
porque nossos pés não conseguirão pisar sobre o tempo que passou
a imundície dos minutos podres terão comprometido nossa saúde
e o último minuto cairá podre no chão empesteado por tantos outros
e perguntarei a mim e ao Deus que meu medo criará
quem se esgotará primeiro?

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