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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Não sei se os grilos que cricam* pela madrugada são reais ou se são fantasmas. E se forem delírios dos meus ouvidos que resolveram reproduzir o som dos insetos já extintos pela minha maldade infantil? (Como esses bichinhos sofreram nas minhas mãos!). Onde quer qeu eu vá, quando deito, posso ouví-los.
Cri,
cri,
cri.
( Os grilhos americanos devem fazer " Cry, cry, cry". )
Já estou com medo de ir dormir. Só o faço quando realmente estou com sono. Se eu deitar e esperar o sono, os fantasmas, os reais ou delírios dos meus ouvidos cricarão. Às vezes eles me perturbam. Talvez esta seja minha senteça pelo meu crime: ouví-los cricarem* por toda a minha vida, noites e noites. Seus " cris", se traduzidos, significam maldições, insultos e acusações sobre mim. Ao invés de vermes, serei comido por eles. Todos eles devem ansiar por esse dia.
Anseio pela noite em que a voz de alguém soará mais alta que os " cris", por alguém que me devore sem deixar nada para eles.
Agora posso me deitar.

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