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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Façamos o seguinte: Você pega o canivete e faz um furo bem aqui, ó, onde bate esse coração filho da puta. Feito o furo, você enfia a mão e começa a penetrar até encontrá-lo. Quando você sentir essa coisa viva em suas mãos, aperte.por um momento e sinta o quanto ele bate ( ainda mais forte quando você está por perto). Feito isso, sem dó, arranque-o. Você tem cães? Se tiver, leve-o para eles. Se não, dê a um vira lata qualquer.
Sem coração, serão apenas sexo e álcool. Você terá sido devorado junto com aquele órgão escroto que me fazia sofrer. Ninguém mais será importante. Vou perambular por aí, bêbado, bêbado e bêbado. Não serei mais gente.

*
Quero aproveitar para dar uma resposta melhor a uma certa pessoa que disse para eu parar de inventar dores.
- Por um acaso a dor é algo que se inventa? Se dor é uma criação e você é tão feliz como diz, me ensina a inventar a felicidade. Que tal, hein? Você não sabe que viver já é uma dor? Ora, por que é que choramos então ao nascer, hein?

(D*)

Você me olhava. Nos olhávamos, mudos. Não havia nada à nossa volta que a escuridão não encobrisse. Então acordei.
Sonhei com você. Foi um sonho assim, mudo, breve. Por que apenas em sonho, hein? Apareça aqui, agora, ou amanhã, ou daqui mil anos. Ah não, mil anos é muito pra quem espera. Um dia na ânsia de você equivale a dez mil anos. DEZ MIL ANOS.

sábado, 29 de janeiro de 2011

(D*)

Depois de muita caféina, muito fandangos e muito pensar em você, venho desabafar.
Quando eu quis me pôr de joelhos pedindo para que você ficasse, você disse que eu não deveria me humilhar. Eu estava disposto a fazer aquilo para que você não fosse embora. Me ajoelhar diante de você não seria humilhação alguma. Faria muito pior por você, acredite. Quer o quê? Um braço, uma perna? Toma, é tudo seu. Eu teria te dado tudo só pra você ficar, pra você ver o sol nascer comigo. Sempre que ouço aquela música que tocava no momento em que você estava saindo pela porta, sinto uma vontade de gritar até que você me ouça. Lembra a música?
"Trust me" da Janis Joplin. " Trust me, baby." Eu queria que você confiasse em mim. Eu confiava em você. A Janis pedia por mim.
"Trust in me baby, trust in me baby,
Trust in my love, in my heart.".
Porra, por favor, confie em mim!
Sua saliva deve ser potável, seu suor, mineral. Sua pele, quando permitida ser tocada, deve adquirir a textura da felicidade. Seu sorriso me atrai, é perigoso. Caralho, não vê que você é uma aranha que tece teias por todas as direções me bloqueando, deixando-me perdido, sem saber para onde ir? Se não me quer, desfaça essas teias, deixe-me ir embora, por favor. Não, não adianta mais eu sair, pois sinto o seu veneno. Pra onde quer que eu vá você estará em mim. Entaõ descanse-me em sua teia e faça o seu papel.
Vou à lua. Um homem já foi e eu também quero ir. Vou deixar as marcas dos meus pés. Vou deixar a marca da minha bunda também, pois sentarei lá. Abraçarei meus joelhos e observarei as outras pessoas. Quero ver o que elas têm de tão diferente assim. Preciso saber qual o meu problema. Confome for, ficarei logo por lá.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Às vezes, quando escrevo, estou gritando. Gritando com toda a força que não tenho. É um grito sofrido, deseperado, silencioso. Grito que vem da alma que se rebela, já cansada de digerir os meus choros engolidos.
Outras vezes escrever é o meu sentir, a minha liberdade. Sinto meus pés livres sobre a relva úmida em algum lugar longe de tudo o que conheço. Sinto-os ligeiros, incansáveis.
Também é um abraço, um afago, um beijo que recebo de mim na tentativa de compensar o que me negam.
Quando eu deixar de escrever é porque deixei de ser vivo.
Terceira maçã no estômago e a sensação de vazio ainda permanece. Posso comir mil maçãs que essa sensação vai continuar. Esse vazio é de fome, sim, mas não é a fome comum. Essa fome é a que tem o âmago. Eu sei o que comer pra despistar essa fome, mas não sei como comer. Todos os dias busco uma forma mas não encontro. Acho que morrerei de fome. Morrerei, mas morrerei tentando. Morrerei comendo todas as imundícies possíveis.Comerei de tudo.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Que silêncio é esse, poetisa? Se quer castigar, arrume outra maneira, porque esta é covardia. Honestamente? Não mereço isso. Não, isso não.
É madrugada. Você sabe que é a madrugada a nossa hora. Por que não vem? Porra, diz!
Sabe o nosso encontro? Pois é, tivemos. Pra isso servem os sonhos, acho. O sonho é a droga da alma. Sonhar vicia, é perigoso. É perigoso porque é ilusão mascarada de verdade. O sonho nos engana. Mas eu gostei de ser enganado. A fantasia de te ter anestesia um pouco a realidade de não te ter.
"Na meia-noite

dos meus inteiros sonhos

saõ teus

(tão teus)

os meus olhos

insones."
Lembra que você escreveu isso pra mim? Seus olhos, de tão insones, fecharam de uma vez sem nem avisar? Eles ainda são meus?

(D*)

Hoje estou com vontade de te ver. Não só hoje, acredite (se quiser). Há dias que venho pensando muito em você. Você... Você... Você...Só você. Obsessão, paixão e o diabo a quatro. Queria dar um jeito nisso. Queria acabar de vez com essa minha esperança. Ela é a última que morre, dizem, mas se você matá-la, pode ser a primeira de todas as coisas que morrerá em mim.
- Você está confundindo tudo.
Você me disse isso, lembra? Pois é, posso estar confundindo sim, mas é porque você é a grande confusão da história. Você me confunde mesmo. Você me ilude, é a ilusão.
Tenho buscado desculpas para falar com você. Pensei em algumas, mas acho que não são boas. Mas te devo uma pela última noite, não é? Quer saber por que eu não te cumprimentei? Te direi, te direi, calma. Não, não vai ser por aqui, será cara a cara.
Quero te ver, te ter, ser seu.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Se eu parasse para conversar com uma criança, a primeira coisa que eu faria era dar um conselho. Um conselho que ninguém me deu e que eu gostaria de ter ouvido. O conselho é o seguinte: NÃO invente de querer ser GENTE GRANDE. Seja criança. É linda a infância. Quando você for GENTE GRANDE você certamente vai sentir vontade de ser CRIANÇA novamente. Porra, pedir pra ser gente grande é querer despertar de um sonho maravilhoso para uma realidade filha da puta. Sim, diria esse palavrão.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Quando leio alguma palavra e desconheço o significado, fico parado nela. Tento imaginar o que significa. Então, cansado de inventar significados, digo: Ah, depois procuro o significado. Depois. Porra, eu e minha mania de deixar para depois. O foda de deixar pra depois é que depois pode ser tarde ( Essa coisa de " depois pode ser tarde" é um clichê do caralho ). O foda também é que eu acabo esquecendo o nome da palavra estranha e aí não aprendo o significado.
Outra palavra, depois. Outra palavra, depois.
Mãe, desliga essa televisão. Não suporto mais novelas. Essas frases decoradas, esses rostinhos maquiados, essa choradeira nossa de cada capítulo. Não suporto esse barulhinho que a tv faz, sabe? Um "piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii" agudo, meio fantasma. MÃE, DESLIGA LOGO ESSA PORRA DE TV!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Palavra

Acho que quando a gente escreve, inconsciente ou conscientemente, estamos tentando nos fazer imortais. As palavras não morrem, elas vagam pelos livros quando escritas e quando proferidas, vagam pelo Universo. No Universo os sons se chocam, se abraçam, acariciam, se amam.
É engraçado ver as palavras desesperadas nas folhas outrora vazias. Como podem elas ter a responsabilidade de carregar os sentimentos?
Palavras são fortes, o contrário de nós. Cada uma carrega consigo o peso de seu significado, mas eu não, porque não sei o meu significado (se houver algum).
E se formos palavras? Se houver algum Deus, ele pode ter nos escrito. Talvez estejamos carregando o peso da alma divina.